quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Plus Valet actum quam scriptum OU 1.c4 Cf6 (…d6, e6, Cc6, g6)





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É latim. Não que eu saiba muito. Ou pouco. Qse nada, really. Mas acho que quer dizer, ‘olha ao que eu faço, não ao que eu digo’. Ou escrevo. E se isto é o a=>b, então entre as nossas univs [a maior parte (talvez)], numa ‘magister tunae’, temos uma espécie do ‘não olhe ao que eu deveria fazer como exemplo, tome antes notas do que lhe estou a dizer p\fazer’… .
 
Eu já explico. Tem a ver com estas ''pressões de Bolonha''. A bem e amén. Perdoem citar Colbert, no seu famoso ‘pro rege saepe, pro patria semper’.
 
Deixem-me recuar uma boa dezena de anos para ir buscar um exemplo bem prático.
 
Foi uma 'tareia'. Mas esperada. Bom, talvez seja melhor explicar; Explicar melhor. Foi numa Festa do Avante, se RAM/ROM is still in (good\satisfactory) operating mode, quando era na Ajuda.
 
Era mais acessivel, em termos de transporte. Mais perto. E tambem tinha uma tenda de livros da editora MIR, onde se compravam livros a preços de US $1, desde o Smirnov em Analise Matemática até aos volumes todos do L&L (ou L^2) ie o Landau e Lifchitz, assim como muitos outros. De encher mochilas e vir  a para casa a contar quantos cm ainda faltam até chegar... .
 
Bom, mas essa não foi a 'tareia'.
 
Foi com o Karpov. Anatoli.  O tal do Korchnoi. Xadrez. Barra pesada.
 
O esquema ou programa era o AK (campeão do Mundo) jogar uma série de simultâneas (ie, em vários tabuleiros ao mesmo tempo, um jogador contra vários), usando relógio de competição e num esquema de semi-rápidas (cada jogador com 30m para fazer eg, 20 ou 45 lances; [as rapidas são de 5 min cada jogador, um jogo de campeonato é de 1h ou 1h30 para eg 45 lances ou por aí]);  Notar que cada vez que se está a pensar e é a nossa vez de jogar, o relógio tic-tac para nós, mas não para o oponente (e v.v.). Quem já jogou em campeonatos federados sabe do que falo.
 
O AK tinha então numa 1ª fase da 'competição-demonstração' de jogar com 100 ou 200 tabuleiros. Os 10 melhores ie, que lhe ganhassem (ninguem conseguiu...), empatessem ou aguentassem mais tempo, iriam à 'final', também em simultaneas e por mesma 'carga horaria'.
 
Foi uma 'tareia'. O AK cilindrou sem grande esforço na 1ª fase os 100 ou 200. Incrivel. Impressionante. Eu era ainda 'jovem' e foi então que me apercebi do que era alguém que é capaz de fazer algo, em competição, p\vencer, o 'striking move,  se e quando fôr preciso. Só mais tarde quando o R. Feynman esteve cá me apercebi dessa diferença de novo. Mais tarde, noutras ocasiões, tembém, com outros.
 
Mas voltemos a essa 'tareia' e como nos pode elucidar. O que foi realmente interessante foi comparar os lances e as aberturas (de jogos), linhas seguidas pelo AK naquela 1ª fase. Todos tomaram notas, quem não iria querer preservar e guardar um registo dos lances com o AK? O AK jogava de 'olhos (bem) fechados': ie, abria de uma forma que condicionava o jogo dos 100 ou 200, de um modo formatado, e depois mantinha o jogo. Isso não era mau, nem é uma critica: ele simplesmente tinha uma lista de sequencias para certas aberturas e posições. E tinha certamente para muitas outras. Jogar assim com 100, 200 ou com 1. E ''cilindrou''. Na realidade, os jogos da 1ª fase tinham padrões semelhantes, aqui e ali, daí que foi um passeio para ele mas todos aprenderam imenso pois os 'golpes' para virar os jogos eram superiores.
 
O mais interessante foi na 2a fase. O AK podia ter feito de forma semelhante: abertura 'em chamas', um lance a ''virar'', padrão X ou Y ou P ou R, escolher; Depois ...'tareia'; Game, set & match. Mas não. Sendo 10 jogos e tendo mais tempo (não tinha que correr entre tabuleiros, para ganhar em cada um, a fazer jogadas, controlando, usando um ou dois padrões, para controlar 100 ou 200 jogos simultâneos), o AK … deixou correr. Ie, tentou, investindo, dar mais liberdade e interactividade (que dez tabuleiros apenas em simultaneo permitem) aos oponentes. Quem sabe, um ou outro podiam fazer um lance que ele nunca teria pensado  ou ainda tentado, e assim ele podia experimentar algo (não convem fazer 'blind date' num jogo para o titulo....). Os jogos foram muito diversos.
 
Onde é que entra Bolonha?
 
Já aborrece a forma 'monocromática' como o suposto 'ensino centrado no aluno' é ''recomendado'', que tem que ser diferente, etc etc. 
 
Seja pois seguir um esquema de jogos e fases como o AK. Ou comparar o que será dar aulas a 10 ou a 100 ou 200.
 
Eu estou à vontade.
 
Dei EF-1 a (cerca de) 10 alunos de QI e tambem em separado a alunos de BT e BQ (~40 a 50 alunos cada). No 1º caso tinha 8 semanas, e a materia em 4 'blocos' (1 turno T 2h, 1 turno TP 2h), no 2º caso, 16 semanas, 2turnos T 2h, 3 turnos TP 2h, cada.  Os conteudos os mesmos e metodos de avaliação os mesmos ou quase...: em QI podia fazer mais testes: 10 alunos numa sala, (MUITO [!!] mais) fácil de operacionalizar, logistica idem. A maior diferença para mim (mas convido todos os alunos a 'share their own thoughts and criticisms') foi que com 10 eu podia ir de carteira em carteira, com calma, explicar em detalhe, parando, prosseguindo, conforme (quase) cada um. Com Bq ou Bt, eu nunca pude ou poderia. Fazer o mesmo. Fiz o 'quase', ie, apontando ao mesmo estado 'asymptotic' e esticando ao max onde podia, mas não era nem foi o mesmo.

Uma nota antes de prosseguir: O ensino em ''blocos'', podendo ter vantagens, tem riscos; Estes alunos poderão ser, como eu ouvi, os alunos da geração … TGV. Tudo rapido p\lá se chegar. O TGV per se não é mau: eu já andei nele várias vezes, idem nos equiv da DBahn ou nos well known bullet train no Japão. É preciso é ter os recursos e meios adequados para os implementar, fully. As linhas todas, estações, etc etc etc. Ie, recur$o$ H'$, materiai$, plenty, apropriado$.
 
Dar aulas 'centradas no aluno' a 10 ou 100, not the same. Likewise, qq outra actividade eg lab, e-learning, assessement, feedback, whatever.

Uma coisa é uma série de simultaneas a 10 e outra uma de 100 ou 200, onde tem que haver 'jogo' ie 'what you came after'. E 'paid for it'.
 
Podem as novas tecnologias 'bridge the gap'? Podem. Mas atenção: as tecnologias são só ferramentas! Pensar que elas resolvem tudo é uma armadilha. O importante são as pessoas mas a GRANDE questão é: as pessoas estão preparadas? É só dizerem-lhes "façam tutorias" e já está tudo resolvido? Sem um apoio reconhecido (!), INCLUSÃO efectiva das pessoas, o processo não será efectivamente bem sucedido. O efectivamente significa que os alunos adquirem mais conhecimento e não têm simplesmente mais ''sucesso'' numa pauta-dixit! E depende tb do gap. Podem as novas tec's fazer que 8 semanas de EF-1 para QI sejam como 16 para BT ou BQ? Sinceramente, … podem. Mas o preço a pagar é duro: ou mais docentes ie mais RH's, ou equipas bem coordenadas e pre-escolhidas pelo 'head', ou eficiencia de nivel informatico, ou melhores e mais bem preparados alunos post-secundário, ou maquinas Nespresso nas salas de aula, ie drive to win. Ie, probably impossible. Ou … . E então se a isto se juntar ressacas, cerveja, festas, 'touradas', pandegas academicas, etc etc and so forth and so on…, no way. E depois … temos os pontos RAD'iosos: Há SERIAMENTE o risco de alguém (ou mais) 'despromover' o ensino entre as suas causas ...
 
Então porquê, isto?
 
Por um lado, o ensino tem que ter qualidade. Mais qualidade. Por outro lado, temos quem espera isso e precise disso; De certa forma todos nós, o país, a sociedade. Mas também há contratos para fazer x ou y em m anos ou d meses. E também há avaliações, tanto internamente como externamente, ao ensino e implementação de 'frameworks'; E daí tirar consequências. Para todos (!), I mean, mesmo todos, mesmo. Ie, 'follow up's', relatórios (cf. http://www.dges.mctes.pt/NR/rdonlyres/68435AED-89FC-4F6C-B273-6D32F8E05A2B/3210/UBI_Final_Report.pdf ), agências, certidões de qualidade e 'conformidade', etc, so on and so forth. Por aí.
 
Mas porquê Bolonha?
 
A ideia e objectivo são bons. Definir o que se quer oferecer em termos de formação (e depois como o fazer) para que se tenham mais pessoas melhor qualificadas em tempos mais curtos do que há 10 ou 20 anos atrás, ie, cortando em muito de 'material' superfluo e formar com o essencial, o crucial, 'entrar' mais rapido no mercado de trabalho. Porquê? Porque a EU não é tão competitiva como China ou US, Japão,  ou até já outras nações emergentes; Ou se o (ainda) é, mas se não muda de 'caixa de velocidades', it will loose that edge. É um pouco como a F1: a EU ou CEE até tinha um bom motor mas houve quem arranjasse outro parecido, e melhores toques de aerodinamica, consumo, suspensões, etc. A EU tem que cortar caminho, na formação, mantendo ou aumentado se possível a qualidade, faster. Bolonha é isso. E tem que ser. A ideia e objectivo são bons.
 

 
O que receio é o que temos tido, temos e poderemos (continuar [ou não] a ter) nas nossas univs. Quem pede (ou ordena, pior ainda) que 'tem que ser assim'. Apenas. Do género 'telling to'. Apenas.
 
Faz falta um pouco (bastante!) de 'listening to'. Effective listening. Para se ter effective teaching and learning.

Imaginem um bloco de hospital, ie, uma enfermaria (aqui eu estou pouco à vontade pois só um(a) verdadeiro(a) médico(a) poderá responder) com 3 membros de equipa, ter de atender a 10 pacientes ou 100 ou 200. Num dia. Pode ser que uma triagem, novas tech’s ajudem, pré-diagnostico; Algumas análises previas à ‘consulta’, podem ajudar. Mas entre ter uma observação cuidada de 10 ou 100, far-se-à sempre (melhor serviço) no caso dos 10, assumido que todos constituem casos clínicos credíveis e com alguma complexidade, meritória de cuidados, internamento, tratamento.

Uma pergunta: Por entre as várias univ's-PT-wise [PT:= Portugal...], não é verdade que o rácio professor/aluno em medicina é menos de metade das Ciências e Engenharia?
 
Pensem bem:
 
Pedem-nos (nas variadas PT univ's) um ensino-aprendizagem de qualidade, inovador, criativo, aberto, receptivo, construtivo, com métodos a tal conducentes. Mas temos uma effective leadership, governance, que corresponda efectivamente a esse pedido?
 
 
Eu vou ser mais claro. Eu sei que sou complicado. Parece. Mas não é. É que no UK têm uma expressão para distinguir o ensino eg ‘Oxbridge’ [e equiv]: ‘face-time with teaching staff’. É um pouco dificil de explicar mas as aulas práticas, ‘tutorials’ são de 1 ‘staff’ e … 2 a 3 alunos. Por aí. Indeed. ‘Face-time with teaching staff’. É bem eficiente, acreditem. E não envolve fancy high tech. Simply ‘face-time with teaching staff’. 

Claro que há um ''pre$$o'' a pagar…
 
Mas se temos que oferecer um ensino centrado no aluno… high-tech…
 
Se nos pedem (ou impõem...) 'ensino centrado' & high-tech-deliverances, um ensino-aprendizagem de qualidade, inovador, criativo, aberto, receptivo, construtivo,
 
então, faço aqui um apelo e um voto de esperança e confiança, de que

após os ''1ºs mandatos'' via RJIES / Estatutos, por entre todas as nossas várias unv's PT-wise, onde muito houve que mudar e adaptar, subsequentemente muito a aprender, e outro se poderá entretanto ter identificado para corrigir, talvez, ,
 
por que não tomar como objectivo p\012, 013..., que nas nossas univs. …
 
teremos uma nova governação académica igualmente  'centrada' nos problemas e fases operacionais de cada um\caso\equipa\tarefa,  uma nova liderança efectivamente de qualidade, efectivamente inovadora, efectivamente criativa, efectivamente aberta,efectivamente democrática*efectivamente receptiva, efectivamente construtiva? Uma (nova) liderança efectivatout court? ! 
 
Simplesmente: Efectiva.
 
*** ** *** ** ***. Sim, sou eu, é o próprio. Ah. Diga...
 
/%$#$)&&$$
 
Bem, eu só queria…
 
)//&$#%&()//%%#$#(/)%)&/%$
 
Não é isso, é antes referir que…
 
()&%##%)/(=)/(/&$#&%/(//$”$”%/
 
Ah. Pronto. Certo. Sim. Sim. Pronto. Está bem. Sim. Sim. Sim. … .. .
 
 
 
 
Ps. Tenho recebido criticas ao meu modo de expressão. Que não serve a este ou aquilo. Que é incongruente ou que eu sou inconsequente. Bom, eu não quis nada disso. Nem quero. Na realidade, não me incomoda. Let it be, pois, usus loquendi
 


 * Em termos de (boa qualidade de) informação, transparência, ''ruido'' (tendencionalmente) p\zero, estabilidade e funcionalidade (institucional e bem precisa), há uma forma de tudo isso assegurar: Publiquem-se (online, eg) TODAS as actas de TODAS as (sub)unidades orgânicas, desde, eg, 1-Janeiro-2010, mediante acesso eg intranet. TODOS poderão ler. TODOS poderão confirmar. TODOS poderão avaliar, ajuizar: (TOD)As propostas, as deliberações, as audições, as consultas, as discussões, as dúvidas, as respostas. Just do it

The Honourable Schoolboy

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